Atualmente
no Brasil, sabe-se que, dependendo do tipo do estudo e da população estudada, em média
cerca de 6 a 16% das mulheres em fase reprodutiva apresentam uma disfunção
endócrina responsável por aumentar as características masculinas, causar piora
das dificuldades menstruais e gerar cistos ovarianos, a chamada Síndrome do
Ovário Policístico (SOP) (Referência).
Apesar de que nem toda mulher obesa tenha SOP, da mesma forma que nem toda mulher que tem SOP é obesa, sabe-se que a obesidade pode ter um impacto marcante no desenvolvimento e progressão da síndrome.
Apesar de que nem toda mulher obesa tenha SOP, da mesma forma que nem toda mulher que tem SOP é obesa, sabe-se que a obesidade pode ter um impacto marcante no desenvolvimento e progressão da síndrome.
Quais os sintomas da SOP? Existe relação com a
obesidade?
Estudos revelam que
a obesidade ocorre em 30-75% das mulheres com SOP e está associada à piora de
algumas manifestações (Referência).
A sintomatologia
desta Síndrome é diversa e pode variar dependendo do ciclo de vida da mulher.
A SOP parece estar
associada a um risco aumentado de alterações metabólicas, incluindo resistência à insulina e hiperinsulinismo, diabetes mellitus tipo 2, dislipidemia,
doença cardiovascular e carcinoma endometrial. (Referência)
e (Referência)
e (Referência).
Nos adolescentes são
mais comuns:
- A OLIGOMENORRÉIA: Que é o aumentos dos
intervalos entre menstruações - mais de 35 dias.
- O HIRSUTISMO: Caracterizado por crescimento
de pelos em locais indesejados, como barba em mulheres.
- E o surgimento de CISTOS
OVARIANOS.
Para mulheres em
idade reprodutiva, a INFERTILIDADE ANOVULATÓRIA é a queixa principal.
Já para a mulher
madura, obesidade, dislipidemia, intolerância à glicose (IGT) e diabetes são
problemas comuns relacionados à SOP.
Seria a Resistência Insulínica a grande causa
primária?
A
Resistência Insulínica (RI) está associada a uma gama de alterações endócrino
metabólicas, como a obesidade e até mesmo a própria SOP (Referência).
A
partir de mecanismos relacionados entre HORMÔNIOS e RECEPTOR, pode-se
desencadear uma séria de efeitos metabólicos em nosso organismo. No caso da
INSULINA, seu principal papel é "jogar" a GLICOSE para dentro da
célula, ao realizar uma ligação com o seu receptor.
Bom, é hora de raciocinar um pouco: se o que faz o
nosso corpo produzir INSULINA é a HIPERGLICEMIA e grande parte desta glicemia
vem dos CARBOIDRATOS da DIETA, seria o excesso de CARBOIDRATOS (principalmente
os PROCESSADOS) o causador da Resistência Insulínica e, consequentemente,
promotora da Síndrome do Ovário Policístico?
SOP E LOWCARB
Não há terapias curativas conhecidas para a SOP,
embora as medicações antidiabéticas melhorem muitas das anormalidades
metabólicas, como a resistência à insulina. No entanto, se os carboidratos,
como causa da RESISTÊNCIA À INSULINA,
possivelmente estão por trás da fisiopatologia da SOP e, sabendo-se que intervenções dietéticas
e de exercício também têm algum impacto na melhora da sensibilidade à insulina (Referência), seria possível utilizar uma Dieta Lowcarb para minimizar a RI e, consequentemente, os sintomas
da SOP?
Este estudo piloto mostrou que a adesão a uma dieta Cetogênica (KETO) com baixo teor de carboidratos levou a uma melhora no peso corporal,
porcentagem de testosterona livre, relação LH / FSH, insulina sérica em jejum e
sintomas em mulheres diagnosticadas com SOP durante um período de seis meses (Referência).
O detalhe interessante é que todos os cientistas que trabalham com ovários policísticos sabem há MUITOS anos que um AUMENTO DOS NÍVEIS DE INSULINA está por trás desta patologia. Tanto é verdade que se prescreve metformina, uma droga que reduz a resistência à insulina, como tratamento. Faz sentido, não?
O detalhe interessante é que todos os cientistas que trabalham com ovários policísticos sabem há MUITOS anos que um AUMENTO DOS NÍVEIS DE INSULINA está por trás desta patologia. Tanto é verdade que se prescreve metformina, uma droga que reduz a resistência à insulina, como tratamento. Faz sentido, não?
Neste
artigo, segundo Barbara Gower, PhD, da Universidade do Alabama em Birmingham e
colaboradores em um estudo publicado online no periódico Clinical
Endocrinology, "mulheres com a doença que reduziram o consumo de
carboidratos obtiveram uma melhora significativa da sensibilidade à insulina
(p<0,05) e da resposta dinâmica das células beta da pâncreas (p<0,001)
Interessante, a partir do momento que começamos a
entender porque a alimentação é a base de todas as doenças.
Ainda neste estudo "Os dados sugerem que em mulheres hiperinsulinêmicas com SOP, uma redução modesta no carboidrato da dieta no contexto de uma dieta de manutenção do peso pode reduzir a insulina em jejum e, finalmente, levar à diminuição da testosterona circulante" (Referência).
Ainda neste estudo "Os dados sugerem que em mulheres hiperinsulinêmicas com SOP, uma redução modesta no carboidrato da dieta no contexto de uma dieta de manutenção do peso pode reduzir a insulina em jejum e, finalmente, levar à diminuição da testosterona circulante" (Referência).
TEXTO:
Dr. Luís Eduardo Figueiró - Médico
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Consultório Médico:
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