De carne estragada a uso de produtos cancerígenos: veja as irregularidades dos frigoríficos
Fraudes incluem venda de carne imprópria para consumo humano
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RIO - De carne estragada a uso de produtos cancerígenos em
doses altas, passando por reembalagem de produtos vencidos, carne
contaminada por bactérias, misturada com papelão e venda de carne
imprópria para consumo humano. A lista de irregularidades encontradas nas denúncias da operação “Carne Fraca”, da Polícia Federal”, é de assustar.
Carne estragada era usada para produzir salsichas e linguiças e
promovia-se “maquiagem” de carnes estragadas com ácido ascórbico,
substância usada para disfarçar a qualidade do produto e que em altas
doses pode provocar câncer. Outra fraude encontrada foi a produção de
derivados com uma quantidade de carne muito menor que a necessária, o
que exigia a complementação com outros itens. Foram encontradas também
carnes sem rotulagem e sem refrigeração. A adulteração chegava até à
merenda escolar. Em um dos casos, foi constatada a venda de produtos sem
proteínas de carne, apenas de soja, para a merenda de escolas do
Paraná.
Em alguns casos, como do frigorífico Peccin, a operação da PF
denuncia “armazenamento em temperaturas absolutamente inadequadas,
aproveitamento de partes do corpo de animais proibidas pela legislação,
utilização de produtos químicos cancerígenos, produção de derivados com o
uso de carnes contaminadas por bactérias e,até, putrefatas”. Há
diálogos que mostram uso de carne de cabeça de porco para a produção de
linguiças.
Os diferentes casos de irregularidades são citados na decisão da 14ª
Vara Federal de Curitiba, que esclarece, no entanto, que nem todos os
frigoríficos investigados cometem todas as fraudes listadas.
A perícia inicial da investigação, explicou o delegado, recolheu
material em supermercado que recebia produtos das empresas investigadas.
Um deles era um mercado Walmart em Curitiba, segundo Grillo. O delegado
afirmou que eram vendidos alimentos com alterações, carne fora do
padrão com uma série de alterações específicas e químicas na carne.
"Usavam ácidos e outros elementos químicos proibidos por lei
para maquiar o aspecto físico do alimento porque, se usados do jeito
que usam, ele ficava com aspecto ruim, mau cheiro", disse Grillo.
De
acordo com a autoridade, também eram aplicados determinados produtos
cancerígenos em alguns casos para poder maquiar as características
físicas do produto estragado. Outras estratégias eram usadas que visavam
reduzir o custo de produção, como a injeção de água na carne para
aumentar o peso e a troca de proteína por fécula de mandioca ou proteína
da soja, mais baratas.
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