DESDE QUE O MUNDO É MUNDO,
SEU CÉREBRO se prostitui em troca de calorias. Ele até sabe que
salada é mais digna para a saúde, mas se vende por qualquer porção
de gordura e açúcar que apareça. Isso vem de longa data.
Como
nossos ancestrais não podiam comprar filés e batatas congeladas
no mercado mais próximo, saíam à caça para garantir o jantar. Só
que nem sempre o dia de trabalho rendia.
O cérebro, que pensa em
tudo, criou mecanismos de sobrevivência para livrar a espécie
da extinção em tempos de gazelas magras. Um deles foi estocar
qualquer caloria excedente em forma de gordura. Assim, o corpo
poderia recorrer a essas reservas internas quando o mundo lá fora
estivesse muito cruel.
Toda vez que você come um
alimento bem calórico, estimula essa região a liberar uma
descarga de dopamina, a substância inebriante do prazer. A sensação
é tão boa que dá vontade de repetir sempre, em um processo
parecido com o da excitação sexual.
“O funcionamento das áreas
ligadas ao raciocínio e ao pensamento lógico é reduzido, e a
atividade nas
regiões mais profundas e mais antigas do cérebro,
que são responsáveis pelas emoções e pelos instintos,
aumenta”, detalha o neurologista Leandro Telles.
Na
prática, acontece assim: quando as reservas de energia estão
baixas, o corpo produz hormônios que estimulam a fome. Os
sentidos, como a visão e o olfato, ficam aguçados. Aí, você vê
uma comida (ou sente o cheiro ou então pensa nela) e já começa a
salivar. Seu estômago se prepara liberando
sucos gástricos que
vão dissolver toda a refeição.
Quanto mais calórico for o
alimento, mais seu
cérebro fica animadinho.
Um grama de gordura tem
nove calorias. Um grama de proteína pura, quatro. Um de quiabo,
0,04.
Daí o sucesso do hambúrguer e a agonia dos vegetais.
Quando você morde um cheeseburguer, é recompensado com uma bela
dose de dopamina e se sente mais feliz instantaneamente.
Para
o cientista alimentar americano Steven Witherly, o cérebro é
capaz de calcular quanta energia – e,
Os sensores para isso estão em toda parte: na língua,
no céu da boca, no nariz, nos olhos, na garganta,
nas células de
gordura. Fora que existem 100 milhões de células nervosas no
sistema digestivo. Ele
diz que quanto mais calórica e agradável
for a comida, mais seu cérebro vai querer repeti-la.
Fonte Livro: Prato Sujo,
como a indústria manipula os alimentos para viciar você- Marcia
Kedouk
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